domingo, 15 de abril de 2012

Confissões...


Vamos hoje falar uma pouco da vida profissional...

Eu sou Agente de Vigilância Ambiental e Saúde, presto trabalho para a prefeitura da minha cidade e estou nesse trabalho há quase oito meses, meu trabalho e destinado a dá orientações aos munícipes sobre os cuidados com a dengue, com ratos, carrapatos e entre outros, como a área da saúde e enorme acaba envolvendo também outros temas e situações.
Antes de entrar nessa empresa, eu já havia trabalhado durante 6 meses como agente de endemias, onde fazia um trabalho veiculado apenas a dengue.
Imagina uma pessoa tímida tendo que lidar com o público, imaginou? Então imagina alguém que jamais tinha pisado numa palafita passando por uma, consegue imaginar? Imagina alguém que sempre teve de tudo casa, comida, roupa, conforto, família, passar a enxergar situações opostas a sua, consegue imaginar tudo isso?
Pois é, como todo trabalho o meu não é diferente, existe estresse, existe cobrança, existe prazo, mas também existe aprendizado, a Rosangela antes do trabalho era uma, a Rosangela pós trabalho e uma outra bem diferente, atire a primeira pedra aquele que nunca reclamou da comida que estava sendo servida, atire a primeira pedra aquele que nunca reclamou da casa que mora ou algo que não deu certo de primeira...
Eu reclamava e reclamava muito, hoje aprendi a agradecer a Deus por tudo que eu tenho, por tudo que eu sou e por tudo que ainda vou ter e vou ser, simplesmente porque eu enxerguei a realidade, existe tantas, inúmeras pessoas que não possui nada na vida e mesmo assim não deixa de sorrir, não deixa de ter fé e acreditar que um dia tudo pode melhorar e eu aprendi isso a cada situação que eu fui obrigada a passar e vivenciar.
Porque eu decidir hoje falar sobre isso? Simples hoje decidir compartilhar no meu blog uma história que eu conheci, que eu chorei ao ouvir e tenho certeza que muita gente vai sentir exatamente o que eu sentir.

No ultimo dia 20 de março, uma das minhas coordenadoras, deu a missão para as Agentes da micro 14.1 e 2, investigar a vida de uma senhora idosa.
Para início de história, confesso que achei isso meio que sem sentindo, como chegar na casa de alguém e tenta investigar a vida do outro?
Lá estava eu e minha parceira Patricia tentando uma forma de como chegar a casa da tal senhora e conversar com ela, ensaiamos mil ditados, mil frases para chegar lá e falar, mas nada disso foi preciso.
Com poucas palavras, conseguimos fazer a idosa abrir suas portas e contar sua história.
D. Maria José, 72 anos, moradora do bairro Ilha Caraguatá a mais de 20 anos, sozinha, sem marido, sem  filhos ou qualquer outro parente próximo, uma senhora que de início percebe-se que sofre de algum transtorno, algum trauma, medo seria a palavra mais objetiva.
Sozinha morando em dois cômodos inacabados, dormindo sobre uma mesa por não possui cama ou colchão,  cobrindo a mesa dura e fria com um tapete por não possuir lençol e nem coberto, usando roupas molhadas quando as demais não seca por que possui poucas, comprando seus alimentos contados para que não se estrague e desperdice, essa e a vida da D. Maria e a de muitas outras que nem se quer conhecemos e sabemos.
Me pergunte se ela e uma pessoa sem fé? Derrotada? Sem coragem para lutar? Triste?
Não, ela não é, a D. Maria José e uma senhora sorridente, cheia de fé daquelas que em toda frase que pronuncia a palavra Deus está na frente, uma senhora de coração enorme e verdadeiro.
Diante disso as Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde saiu de ação e entraram apenas as meninas que estavam sensibilizadas e tocada com tal história e tanto eu, como Patricia, Ana Paula e Vanessa decidimos que tínhamos o dever de ajudar essa senhora e aproveitamos o feriado que se passou, onde as famílias e os amigos se reúnem para pedir doações, muitas coisas já chegaram e já agradecemos cada uma delas.
Em breve estaremos entregando a D. Maria José sua cama, seu colchão, sua cesta básica, produtos de limpeza, lençol e cobertores, gostaríamos de ter recebido muito mais coisas para ajudar essa senhora, mas como diz o ditado o " O muito com Deus e nada e pouco com Deus e tudo", temos certeza que ela ficará muito feliz com as doações e Deus com certeza já está abençoando e dando em dobro para todos os que ajudaram com a nossa campanha.
Na ultima sexta-feira estive lhe visitando e apenas comunicando que nesta semana faremos uma visita e teremos uma surpresa para ela, vir em seus olhos um brilho e um sorriso, mesmo sem saber ainda o que é, já tenho certeza que ela já está feliz.
É pra variar mais uma vez ela me surpreendeu, ao me despedir dela, lhe desejei que ela ficasse com Deus e ela pediu para que ele me acompanhasse e me olhando nos olhos ela disse mais: "Ame, ame a sua família, seus amigos, seu amor, sua vida, a lua, o céu, a terra, a chuva, o sol, simplesmente ame e seja feliz..."
Como não me emocionar? Como não tirar aprendizado de tudo isso?
Impossível né? Portanto AME, ame ao próximo, ame aqueles que precisam de ajuda e se possível ajude...
"Doar é um ato de amor."

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